Diretor-executivo sugere utilização do Fust para custear inclusão
Um estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) referente ao ano de 2006, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o Sul e Sudeste têm três vezes mais pontos de acesso à internet do que o Norte e o Nordeste.
Segundo o levantamento, a região mais informatizada do país é o Sudeste, onde 29,2% das residências – uma em cada três – têm computadores, seguida pelo Sul (27,9%) e Centro-Oeste (20,4%), com as regiões Norte (12,4%) e Nordeste (9,7%) em posições mais distantes.
Quanto ao acesso à internet, os percentuais são menores e as distâncias mais expressivas: Sudeste (23,1%), Sul (20,8%), Centro-Oeste (14,6%), Nordeste (6,9%) e Norte (6%).
Rodrigo Baggio, diretor-executivo do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), classifica o índice como 'preocupante' e diz que o Norte e Nordeste estão vivendo um apartheid digital.
Outro problema está nas condições de acesso local à internet nos municípios brasileiros. 'Apenas metade têm essa condição, os outros precisam realizar ligação DDD ou via satélite, o que é muito caro', aponta Baggio.
Percentualmente, a unidade da federação onde mais aparecem computadores nas residências é o Distrito Federal (36,4%), seguido por São Paulo (28,9%), Santa Catarina (26,5%), Rio de Janeiro (25,1%), Paraná (23,3%) e Rio Grande do Sul (21,3%). Nos últimos lugares estão Rondônia (7,4%), Pará (7,2%), Ceará (7%), Alagoas (6,6%), Piauí (5,7%) e Maranhão (4,1%).
Na média nacional, uma de cada cinco residências já possui computador e quase o mesmo número de casas tem acesso à internet. De 2001 para 2006, o número de domicílios com computadores pulou de 12,6% para 22,4% no país. E o acesso à internet está presente em 16,9% das famílias.
De acordo com Baggio, os recursos disponíveis para promover a inclusão digital existem. “O Brasil pode resolver a inclusão digital liberando os recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), alimentado por 1% das contas telefônicas que todos nós pagamos e que dispõe de R$ 6 bilhões, atualmente contingenciados para gerar o superávit primário [receita menos despesa] do governo”, sugere.
Data: 18/09/2007