O Primeiro Comando da Capital (PCC) fatura R$ 1,22 milhão por mês com o tráfico de drogas nas ruas de São Paulo, R$ 861 mil por mês no interior e R$ 250 mil no ABC. Só com a venda de cocaína nos presídios, o chamado bicho interno, a facção criminosa movimenta R$ 1,26 milhão. Os dados são de janeiro.
Há na contabilidade da facção menções à venda de 300 quilos de drogas em janeiro só no Estado de São Paulo, nas modalidades “papa” e “bicho” - cujo significado a polícia ainda está tentando decifrar.
Cem quilos foram parar nos presídios e cadeias. A cúpula do PCC atua como atacadista de cocaína - integrantes a título pessoal podem vender maconha. Toda boca-de-fumo é obrigada a comprar droga da facção.
Há na contabilidade a realização de prejuízos como o causado por “Crizinho, irmão (soldado) excluído nesta vida, foi para a rua e veio a falecer; tinha débito de R$ 7.850”. Há ainda uma divisão entre o dinheiro da droga e outras atividades da facção.
Pelo menos um integrante da cúpula da organização é citado nominalmente nas planilhas. Trata-se do traficante de drogas Edílson Borges Nogueira, o Biroska ou Dudu Nobre.
Um dos maiores financiadores do PCC, Biroska aparece com seu novo apelido supostamente recebendo R$ 338 mil em 4 de fevereiro e R$ 128 mil em 28 de janeiro. Biroska manteria contato com Wagner Roberto Raposo Olzon, o Fusca.
Além de Biroska, que domina o tráfico de drogas no Morro do Samba, em Diadema, a inteligência policial sabe que Olzon tem ligações com outro traficante de drogas: Marcos Paulo Nunes da Silva, o Vietnã ou Cão, que domina o complexo das Favelas Alba, Vietnã e Água Espraiada, na zona sul de São Paulo.
Segundo a polícia, um documento apreendido pela Administração Penitenciária mostra que Olzon é o caixa de Daniel Vinícius Canônico, o Cego, considerado o porta-voz de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC.
Olzon foi preso com a contabilidade, um relatório de sua viagem para a Bolívia, 2 quilos de cocaína e R$ 374 mil. Tudo estava dentro do Fiesta dirigido por Olzon, que foi interceptado por policiais da Rota. PMs detiveram ainda Christian Francisco de Souza. Ele estava com outros R$ 300 mil e dirigia uma picape Montana.
Ambos foram levados para a Polícia Federal, presos sob a acusação de tráfico internacional. Olzon e Souza se recusaram a depor. Disseram que só iam contar sua versão na Justiça.
RESGATE
Olzon foi para a Penitenciária 2 de Guarulhos, mas foi transferido às pressas no dia 19, depois da descoberta de um plano para a explosão da muralha do presídio - o PCC queria resgatá-lo. Ele foi parar na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está a cúpula da facção criminosa.
Data: 31/03/2008