Empresa espera que lei que abrirá portas para criação da nova empresa mude em 3 meses.
Presidente rechaça críticas a monopólio e afirma que consumidor terá redução de tarifa.
Com o acordo de compra da Brasil Telecom pela Oi, por R$ 5,86 bilhões, anunciado nesta sexta-feira (25), a empresa espera conquistar 110 milhões de clientes, dentro e fora do Brasil, em até cinco anos.
Atualmente, esse número está em 32 milhões na Oi e em 13,5 milhões na Brasil Telecom. A expectativa da empresa é de que a alteração das regras da área de telecomunicações, que hoje impedem a concentração entre concessionárias de telefonia fixa, ocorra em dois ou três meses. Só então a compra poderá ser confirmada.
Dos novos clientes a serem conquistados com a criação da supertele, a empresa pretende, em cinco anos, conquistar 22 milhões em telefonia fixa, 38 milhões na móvel, 12 milhões de clientes de banda larga, 8 milhões de TV por assinatura e 30 milhões fora do Brasil, em áreas como Europa, África e América Latina. A Oi está de olho ainda no mercado de telefonia fixa de São Paulo, um dos mercados que a empresa pretende atuar após as mudanças na legislação.
Concentração
A criação da supertele vem sendo alvo de críticas de órgãos de defesa do consumidor, que temem os riscos de uma concentração no mercado. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, rebateu as críticas de monopólio e afirmou, em entrevista coletiva, que a nova empresa trará mais competição ao mercado e redução de tarifas para o consumidor.
“No mercado de telefonia móvel, haverá mais competição. Na telefonia fixa, os contratos de concessão prevêem que os ganhos de produtividade das empresas sejam repassados para o consumidor. Assim, haverá uma queda de preço. O consumidor terá ganhos dos dois lados”, afirmou o presidente da Oi Luiz Eduardo Falco.
O presidente da companhia afirmou ainda que a nova empresa vai trazer maior competição também no mercado de dados corporativos, criando um segundo backbone de abrangência nacional, serviço hoje oferecido exclusivamente pela Brasil Telecom.
Para ser formalizada, a aquisição da BrT depende da alteração das regras da área de telecomunicações, que hoje impedem a concentração entre concessionárias de telefonia fixa. As mudanças estão em análise na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e devem abrir caminho para outras aquisições no setor.
“Estamos confiantes na alteração do PGO (Plano geral de Outorgas), que visa a competição no Brasil. E, dado o aumento de competitividade entre as plataformas, a gente entende que dez anos depois da privatização já estaria numa hora de adaptar o PGO para que o Brasil possa ser mais competitivo”, disse.
A supertele brasileira, se confirmado o acordo, se tornará a trigésima no mundo em valor de mercado – US$ 22,9 milhões de dólares. Segundo Falco, os valores para a compra vieram de recursos próprios da empresa.
Após a compra, houve uma reorganização societária da empresa. A AG Telecom passou a ter 19,34% das ONs, a LF Telecom ficou com 19,34% e a FASS (Fundação Atlântico), com 11,50%. O BNDESPar passou a ter 16,86%, o Previ, 12,96%, o Petros, 10% e a Funcef, 10%. No novo quadro, Fiago, Alutrens, Asseca e Lexpart deixaram de fazer parte dos acionistas da empresa.
Empregos
O acordo também prevê que sejam mantidos os postos de trabalho por um período de três anos. A garantia, segundo Falco, está prevista no acordo de acionistas. A empresa pretende ainda ampliar seu quadro de funcionários em 2008, com a criação de 300 vagas em São Paulo e 500 nos demais estados. Atualmente, a Oi tem 8.776 funcionários. Somados os empregos indiretos, o total de trabalhadores vinculados à Oi chega a 83.776, segundo a empresa.
Data: 29/04/2008