BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou na última sexta-feira que vai pedir à Procuradoria-Geral da República para mediar um possível conflito, caso o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), proíba filmagens da Polícia Federal (PF) na Casa durante investigações, de acordo com o Estado de S. Paulo.
Tarso Genro enviou ontem uma carta a Chinaglia, reiterando que a PF não cometeu nenhuma ilegalidade ao entrar na Câmara para investigar o lobista João Pedro de Moura, ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP).
"Se o presidente da Câmara baixar um ato normativo proibindo a Polícia Federal de filmar naquele ambiente, isso vai se transformar numa orientação, mesmo se a pessoa investigada não tiver foro privilegiado, e eu vou acatar", afirmou Tarso ao jornal.
Na última quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados classificou como "afronta" o fato de a PF ter realizado gravações de vídeo dentro do Congresso sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF investiga o suposto envolvimento de políticos em um esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), deflagrado na Operação Santa Tereza.
Data: 04/05/2008