A Polícia Federal tem certeza de que o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho era o chefe político do bando desarticulado por ela nesta quinta-feira, na operação Segurança Pública S.A.. O indiciamento do político por formação de quadrilha armada é tema de uma reportagem da presente edição de VEJA.
Nunca antes um político tão proeminente havia sido acusado de um crime tão grave. Garotinho, que já foi candidato à presidência da República e atualmente preside o PMDB do Rio, ganhou um novo item em seu currículo. Além de representar o que há de pior na política – populismo, fisiologismo e nepotismo, entre outras mazelas –, tem agora também a suspeita de ter usado seu período no Palácio Guanabara (e também o de sua mulher, Rosinha), para acobertar as ações de um grupo de policiais que, encastelados na chefia da Polícia Civil, barbarizou o Rio de Janeiro cometendo ilícitos variados.
A lista inclui facilitação de contrabando, formação de quadrilha, proteção a contraventores, cobrança para nomeação de delegados, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. Embora não haja provas até o momento de que Garotinho se beneficiou financeiramente, como governador, ele era o responsável pela polícia civil fluminense.
Abaixo dele estava o deputado estadual do PMDB, Álvaro Lins, que durante seis anos foi o chefe da corporação. Lins chegou a ser preso em um dos quatro imóveis que, segundo as investigações, foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro obtido ilegalmente. Todos em nome de parentes. Entenda como agia a quadrilha, segundo as descobertas da PF
Data: 03/06/2008