Há muito se comenta a implantação da bilhetagem eletrônica em Cascavel, sistema que saiu do papel no início deste ano. No entanto, as informações até então disponibilizadas à população não foram suficientes para que os passageiros entendam como funcionará o sistema e as dúvidas são inevitáveis. A única certeza que se tem é que o comércio paralelo de vale-transporte está com os dias contados. A bilhetagem eletrônica vai acabar com o sistema atual de vale-transporte em papel e centralizará o processo em um cartão magnético. O sistema está em fase de implantação e a previsão é de que a partir de julho comece a funcionar. Em Curitiba a implantação durou três anos. O processo começou em 2000, quando apenas os trabalhadores do sistema de transporte passaram a ter o cartão, que depois foi estendido aos aposentados, às pessoas com necessidades especiais, aos estudantes beneficiados pelo passe escolar, até que todos os passageiros foram integrados ao sistema eletrônico. O cartão substituiu definitivamente o vale-transporte de papel em 2003. Os principais argumentos para implantar o novo sistema são a possibilidade de traçar um perfil do transporte coletivo e a economia com o fim da evasão de receita gerada pelo comércio paralelo dos vales. Na capital do estado nem o perfil nem a economia foram computados até hoje. “O sistema ainda não chegou a um nível de desenvolvimento que permita a pesquisa de detalhes sobre o perfil”, revela o gestor de operação do transporte coletivo de Curitiba, Luiz Filla. Já para Cascavel, o presidente da Cettrans, Manoel dos Santos, afirma que tão logo o sistema esteja funcionando o perfil poderá ser analisado. “Creio que na Capital eles não buscaram traçar este perfil, pois o sistema proporciona este trabalho”, assegura. Com o perfil, é possível saber o número de usuários por linha, as principais conexões feitas e também os horários que cada linha fica com excesso de passageiros. “Podemos, com isso, planejar as ações de melhoria do transporte coletivo, como saber se realmente a linha do Lago Azul possui poucos passageiros e se o Floresta está precisando de mais ônibus. Hoje ficamos sabendo desses fatos quando a população se manifesta, e, com a informatização, poderemos resolver o caso antes que gere prejuízos para quem utiliza o transporte”. Apesar de o sistema ficar eletrônico, os cobradores serão mantidos para auxiliarem no uso do cartão e também, como é feito hoje, a receber a passagem em dinheiro daqueles que não tiverem o cartão. Outro benefício da informatização é o controle de horários, que será feito de forma imediata, por meio dos terminais de transbordo. “Se uma linha começa a sofrer atrasos, podemos investigar imediatamente para solucionar o problema, pois quando o ônibus chegar ao terminal, os dados do validador serão descarregados”, afirma Manoel.Data: 04/05/2008
Fonte: www.jhoje.com.br
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