O MPS.BR - Melhoria de Processo do Software Brasileiro, programa de qualidade reconhecido nacionalmente e voltado para pequenas e médias empresas de desenvolvimento de software, já está fazendo a diferença no sudoeste do Paraná. Empresários e funcionários de 11 das 28 empresas que formam o Arranjo Produtivo Local (APL) de Tecnologia da Informação concluíram há 15 dias em Pato Branco, na Regional Sudoeste do Sebrae no Paraná, a primeira fase do MPS.BR. Os empresários, que durante seis meses conheceram metodologias e ferramentas de qualidade, são unânimes em destacar as melhorias que o Programa traz às empresas e ao setor.

"Estamos satisfeitos com a conclusão dessa primeira fase do MPS.BR, porque os cerca de 75 empresários e funcionários que participaram do treinamento aplicaram o conteúdo oferecido pelo Programa", diz o consultor do Sebrae na Regional Sudoeste, Delci de Col. Segundo o consultor, o repasse da metodologia do MPS.BR para empresas em Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos é uma das ações do Plano 2007/2008, discutido pelo Sebrae, APL e parceiros, para o setor. "A idéia é melhorar os processos de desenvolvimento de software no sudoeste do Paraná, com domínio e emprego de metodologias e ferramentas de qualidade", explica o consultor.

O setor de Tecnologia da Informação/Software é um dos que mais cresce na região. A especialidade das empresas instaladas no sudoeste é o desenvolvimento, para o mercado nacional, de software na área de gestão. São programas de computador para o gerenciamento de empresas de confecções, indústrias, agronegócios, entre outros. Aproximadamente 60 empresas atuam no setor, maioria micro e pequenas, responsáveis por 500 empregos, com salários mais altos que a média regional. "É uma indústria limpa, que traz divisas para os municípios", destaca Delci de Col, lembrando que o Sebrae trabalha com o setor há sete anos, desde 2001.

"A partir de 2006, com a formação do APL, o Sebrae está fazendo na região sudoeste um trabalho mais focado. Além da qualificação dos processos, buscamos a organização das micro e pequenas empresas do setor. Trabalhamos com a gestão das empresas, com a competitividade no mercado regional e nacional."  Uma das principais vantagens do MPS.BR, de acordo com Delci de Col, é seu custo reduzido de certificação em relação a outros modelos de fora, sendo ideal para micro, pequenas e médias empresas. O custo de uma certificação para uma empresa pode chegar a até US$ 400 mil, o que, atualmente, é inviável para micro, pequenas e médias empresas.

Novas perspectivas

Para Gilson Antonio Tedesco, coordenador do APL de Tecnologia da Informação e proprietário da CISS Consultoria em Informática, uma pequena empresa localizada em Dois Vizinhos, "o MPS.BR dá vida, sobrevida e perspectivas de crescimento para as empresas. É um programa de qualidade que fortalece não apenas a empresa mas o setor como um todo". Tedesco diz que a qualificação é uma das prioridades trabalhadas pelo APL na região. "O MPS.BR veio ao encontro de tudo isso. Com o Programa, ganham as empresas, os colaboradores, os clientes e o mercado. Passamos a oferecer produtos e serviços com mais qualidade e melhor mão de obra."

Bernardo Brandão, proprietário da Cisterlabs, em Francisco Beltrão, também contabiliza os resultados do MPS.BR. O empresário, que é coordenador de RH e Empreendedorismo do APL, diz que com a primeira fase do MPS.BR já conseguiu melhorar processos internos em sua empresa. "É um programa que organiza, dá visibilidade e garante maior precisão, melhora o entendimento do que é desenvolver sistemas de software de forma profissional. Os resultados são significativos, mas para obtê-los os empresários precisam assumir compromissos, aplicar os conceitos e conteúdo repassados e estar dispostos a mudar a cultura interna de suas empresas", assinala.

Mais controle

Na avaliação de Roberto Elias da Silva, presidente do Núcleo de Tecnologia de Informação (NTI) e proprietário da Viasoft Informática, em Pato Branco, os consumidores estão cada vez mais exigentes e a qualidade é levada em conta na hora da compra. "Houve massificação do uso do computador e a busca por produtos e serviços de software aumentou. As empresas precisam investir em organização, para controlar prazos e a qualidade", diz o empresário. Graças ao MPS.BR e ao empenho da equipe, as mudanças não foram traumáticas. A Viasoft padronizou procedimentos e definiu padrões de processos de qualidade, fundamentais para a gerência de projetos e de requisitos.

A Softfocus, em Pato Branco, nasceu de uma incubadora, para desenvolver sistemas e projetos sob medida. Hoje, o desafio da empresa é exportar. Preocupado com a melhoria de processos, que hoje movimenta o setor de Tecnologia da Informação, Alessandro G. Moraes diz que o MPS.BR, nessa primeira fase, respondeu às necessidades de sua empresa. "Trabalhamos as gestões do projeto em si e dos requisitos do cliente. Criamos processos, fizemos ajustes em busca de resultados. O MPS.BR ensina a entender o que o cliente quer e ajuda a cumprir prazos. Todos esses processos contribuem para que nos viabilizemos no mercado da exportação", aposta Moraes.

O Programa

O MPS.BR - Melhoria de Processos do Software Brasileiro é um modelo de qualidade em português, para pequenas e médias empresas de desenvolvimento de software. É baseado no Capability Maturity Model Integration (CMMI), nas normas ISO/IEC e na realidade do mercado brasileiro. O conteúdo do Programa é repassado por meio de palestras, treinamentos e consultoria. A metodologia repassada observa o nível de maturidade da empresa participante. O treinamento, realizado no sudoeste, atendeu empresas de Tecnologia da Informação/Software com nível "G". Todas em busca do "A", considerado o nível de excelência, de acordo com o Programa.

O MPS.BR é desenvolvido pela Sociedade Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Banco Interamericano de Desenvolvimento e universidades. A primeira fase do Programa (treinamento), iniciada em agosto de 2007 e concluída em março passado, é uma parceria do Sebrae no Paraná,  APL de Tecnologia da Informação do Sudoeste, Núcleo de Tecnologia de Informação (NTI) e Associação para o Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do Sudoeste do Paraná (Sudotec).