O 10º Encontro Locaweb para Profissionais de Internet, ocorrido nesta terça-feira em Porto Alegre, contou com a palestra "Novas plataformas para um novo marketing", ministrada pelo presidente da AG2, Cesar Paz. Em sua apresentação, Cesar comentou a necessidade de se adaptar o marketing às novas opções de distribuição de conteúdos e o problema do excesso na produção de informação.

Cesar salientou que a internet é o ponto de convergência de três grandes evoluções: a dos meios de comunicação, a da tecnologia de informação e a do marketing corporativo. Essas três áreas se encontram, segundo ele, no conceito de internet corporativa.

As empresas, na opinião do palestrante, precisam aprender a lidar com a questão "internet x propaganda". Segundo Cesar, o grande problema encontra-se no excesso de informação produzida, no exagero de conteúdo disponível, muito do qual sem qualidade. O presidente da AG2 sublinhou o paradoxo de que a humanidade não foi feita para absorver tanta informação, e muito disso acaba sendo simplesmente descartado.

No estado atual da tecnologia, qualquer pessoa pode produzir conteúdos. Segundo o palestrante, isso é a viabilização do antigo desejo do ser humano de se relacionar e de ser protagonista – e não coadjuvante — em sua própria história. Sendo essa a realidade, da qual não se pode escapar, as empresas precisam aprender a lidar com isso, e descobrir formas de associar suas marcas aos conteúdos produzidos fora das empresas e que acabam se tornando fenômenos "pop".
Como exemplo, Cesar pediu que os ouvintes imaginassem os ganhos de uma marca que tivesse conseguido associar sua imagem ao famoso vídeo (imensamente acesado no YouTube) sobre o rapaz que tentava dizer a frase "as árvores somos nós". Agora, alguns anos após o lançamento do vídeo, ele ainda é lembrado, e uma marca que tivesse se associado a ele seria, por conseqüência, lembrada também.

Uma forma de as empresas conseguirem trabalhar com essa nova realidade, segundo Cesar, é o conceito de webnative: uma internet não-linear, não orientada pela mídia e que não é uma mera adaptação de formatos que tiveram sucesso em outras plataformas. Para isso, é preciso se orientar pela inovação, individualidade, interatividade, colaboração e mobilidade.

O marketing tradicional, de acordo com Cesar, era aquele que imaginava que uma pessoa que gosta de skete faz tudo em função do esporte: toma café com a skate de basquete, vai para o trabalho de skate, janta com a prancha, dorme e sonha com o skate; por outro lado, o marketing que trabalha com uma nova perspectiva, entende que a pessoa que gosta de skate toma café com um amigo, vai para o trabalho de ônibus, janta olhando novela na TV, dorme e sonha com a namorada. Visando alcançar esse tipo de público, é preciso saber distribuir conteúdos pelos diferentes canais e em diferentes formatos.