Em busca de redução de custos e aumento de produtividade, empresas e órgão públicos no Brasil começam a investir no gerenciamento eletrônico de documentos (GED). Esse mercado deve movimentar R$ 250 milhões em 2006 e cresce mais de 40% ao ano, estima o Centro Nacional de Desenvolvimento do Gerenciamento da Informação (Cenadem).
O valor inclui aquisição de equipamentos - de armazenamento, PC e servidores -, serviços e softwares. O diretor do centro, Antonio Paulo de Andrade e Silva, destaca os organismos do governo, autarquias e tribunais como grandes usuários da GED. Segundo ele, o setor público representa cerca de 50% dos investimentos na área. "No setor privado, operadoras de planos de saúde, devido ao grande volume de papéis, estão investindo na tecnologia", diz o executivo. No Brasil há 1,5 mil empresas, entre pequenas e grandes corporações, utilizando sistemas para gestão eletrônica.
"Tem bastante espaço para crescimento desse mercado. Muitas ainda desconhecem os benefícios da tecnologia", afirma. Pesquisa realizada pela Cenadem, em parceria com Association for Information and Image Management (AIIM), dos Estados Unidos, mostra que o assunto está realmente em pauta no País. Segundo o estudo, 72% das 250 empresas consultadas no Brasil consideram o gerenciamento de documentos importante para seus objetivos estratégicos.
Os projetos de TI relacionados a processos eletrônicos que mais interessam para os próximos doze a dezoito meses são controle de documentos (66%) e gestão documental (64%). No período, 74% apontam a tecnologia para gerenciamento eletrônico como foco dos projetos, seguida por gerenciamento de conteúdo pela internet (54%), workflow e gestão de processos de negócios (BPM) (53%).
"Um dos grandes focos será o GED na internet (transmissão de documentos pela web)", afirma o diretor, ressaltando a expansão do uso da certificação digital como impulsão para a tecnologia. O Cenadem realiza entre hoje e a próxima quinta-feira, em São Paulo, a Infoimagem, feira e congresso sobre gerenciamento eletrônico de documentos. Cerca de 250 empresas e órgãos públicos devem participar do congresso. Para a feira, com 45 expositores, são esperados até 3 mil visitantes.
Disputam o mercado de GED no Brasil 100 empresas, entre pequenos fornecedores e multinacionais como Kodak e IBM. A fornecedora de softwares americana Captaris busca ampliar a sua atuação em GED e workflow. "Esse mercado é avaliado em US$ 5 bilhões no mundo", disse o diretor para América Latina e Caribe, Eduardo Vegas. A Captaris faturou no mundo US$ 86,4 milhões no último ano. Os servidores de fax garantem 85% de seus negócios, enquanto workflow e o GED representam os 15% restantes.
Para este ano, a expectativa é que estas duas últimas cheguem a 25%. O Brasil, onde a empresa espera superar o US$ 1 milhão em 2007, segue a tendência global. Hoje, a maior parte dos 400 clientes é da área de fax. "Vamos aproveitar essa base para introduzir outros produtos", afirma.
Data: 15/12/2006