Mais tempo para tomar decisões estratégicas. Essa é a promessa de uma solução desenvolvida no Brasil para empresas, cujos executivos ligados à área de finanças dispendem metade do expediente zelando pelo cumprimento das exigências da lei Sarbanes-Oxley.
Desenvolvido em parceria entre a fornecedora de ferramentas de gerenciamento de performance Cognos e a fabricante de soluções de gestão CTI (Corporate Transitions International), o projeto já atende 10 grandes companhias, entre domésticas (Telemig, GVT, Contax) e subsidiárias de multinacionais, como o banco HSBC.
Segundo Mauro Orlando, diretor de alianças para América Latina da Cognos, as diversas exigências da lei societária norte-americana, que implicaram na adoção de rígidos controles internos para impedir escândalos como os da Enron, têm tomado tempo precioso dos executivos, antes empregado para negócios. Isso porque esses profissionais agora são obrigados a certificar a veracidade das informações contidas nos relatórios trimestrais. Além disso, muitas apresentam seus relatórios em padrões contábeis internacionais (IFRS, US GAAP), que demandam maior volume de informações.
Na prática, isso implica em dezenas de horas conferindo planilhas, o que é realidade para 78% das empresas, segundo pesquisa do Instituto Ventana Research. "O trabalho da área de finanças está sendo sufocado pela burocracia", avalia Orlando. O mesmo levantamento aponta que as planilhas são uma das principais causas do atraso no fechamento de relatórios. "Mesmo com o grande volume de dados que recebem, em geral os executivos reclamam que não têm informações críticas, enquanto outras são totalmente desnecessárias", diz.
Desse modo, explica Francisco Loschiavo, diretor-executivo da CTI, o produto foi desenvolvido para livrar os executivos da parte burocrática do processo de conferência e revisão dados, permitindo que eles antecipem decisões a partir de cenários simulados pelo software de gestão. "A ferramenta permite obter informação de qualidade na hora certa, permitindo aos executivos maior rapidez e confiança nas decisões", afirma.
Segundo Orlando, o interesse pelo produto já começa a se espalhar por empresas de outros países da América Latina e do Caribe, que enfrentam problemas similares. "Já fomos consultados", conta o diretor da Cognos.
Data: 15/12/2006