São Paulo, 28 de Dezembro de 2006 - R$ 9 milhões são investidos em laboratório para fomentar tecnologia de código aberto. O Banco do Brasil (BB) está intensificando a sua estratégia de adoção e estímulo ao software livre. Além de manter um imenso projeto de migração para a plataforma em andamento, a instituição investiu R$ 9 milhões em laboratório para testes e desenvolvimento de aplicações em código aberto e assinou convênio de cooperação técnica na área com a fabricante de chips Intel.
Localizado em Brasília, o laboratório faz parte do "Ambiente de Tecnologias Abertas", que está em fase de implantação no banco e deve iniciar as suas operações em março próximo. Além de abrigar projetos do banco, o ambiente tem como objetivo oferecer recursos para desenvolvimento colaborativo de aplicações e estimular a adoção de tecnologias abertas em ambientes corporativos.
Com 64 servidores - 40 blade e 24 biprocessados -, o labortatório será aberto à comunidade acadêmica e empresas interessadas no desenvolvimento do software livre. "Poderá ser usado por um grupo de alunos de uma faculdade, por exemplo", diz o vice-presidente de tecnologia do BB, Manoel Gimenes Ruy, no cargo desde abril deste ano, após a saída de José Luiz de Cerqueira César.
Outra iniciativa do Banco do Brasil é o convênio firmado com a Intel.
Trata-se de um "intercâmbio de experiências" entre a instituição e a subsidiária local da maior fabricante de chips, diz o executivo. Segundo o diretor da Intel, Nuno Simões, a parceria envolve testes de softwares em tecnologia da fabricante e treinamento de equipes. "O objetivo é a revolução do software livre", comenta Gimenes.
Com o maior projeto mundial de migração para o software livre na área financeira, o banco espera economizar R$ 89 milhões entre 2004 e o final de 2007, ao deixar de pagar licenças de uso de sistemas de plataforma proprietária. "Esse será o benefício da estratégia de adoção do software livre", afirma o executivo do BB.
Algumas migrações já foram concluídas e outras estão em andamento no banco. Os 5,5 mil servidores do banco, por exemplo, passaram a rodar o Linux. Este processo já gerou redução de custos de mais de R$ 10 milhões ao banco.
"Já liberamos também 50 mil licenças do Office (pacote de escritório da gigante americana Microsoft) nas estações de trabalho e pretendemos chegar a 60 mil até 2007", diz Gimenes. Estima-se uma economia de R$ 22 milhões somente com a adoção do OpenOffice nestas estações e na não-renovação das licenças da Microsoft. A migração para o software livre envolve ainda 40 mil caixas eletrônicos (ATM), 50 mil terminais de atendimento de agências, 2,7 mil estações de trabalho do call center e 3,6 mil do Banco Popular, entre outras aplicações.
TI terá R$ 1,2 bi em 2007
O orçamento previsto do Banco do Brasil (BB) para Tecnologia da Informação (TI) é de R$ 1,2 bilhão em 2007, valor próximo ao investido neste ano. Segundo o vice-presidente de tecnologia da instituição financeira, se forem incluídos os gastos com infra-estrutura, como a reformas no prédio, os recursos totalizam R$ 1,5 bilhão.
Metade do R$ 1,2 milhão de investimentos em TI será aplicada para ampliar a capacidade de data center para suportar o crescimento do número de usuários de tecnologia. Hoje, o banco tem 24 milhões de clientes, somando 32 milhões de usuários. Mas para 2007 a previsão é chegar a 32 milhões de clientes, com 36 milhões de usuários. Além de modernizar o parque tecnológico, o banco deve duplicar a capacidade de armazenamento de dados. Os demais R$ 600 milhões serão usados em ATM, aquisição de notebooks e outros projetos.
Data: 29/12/2006