Companhias adotam a nova tecnologia para otimizar servidores e evitar novos gastos em TI. O interesse das empresas em diminuir o número de servidores em seu parque de tecnologia e aproveitar melhor a infra-estrutura disponível leva os investimentos na nova tecnologia de virtualização a obterem adoção surpreendente para um conceito tão novo. O motivo central desta atratividade é se constituírem em investimento que evita novos investimentos. Estudo da consultoria Gartner apresentado em sua conferência mundial concluiu que virtualização é a tecnologia emergente número um a ser aplicada no próximo ano. A Caixa Econômica Federal tem um imenso projeto na área, que é um grande exemplo dos motivos do interesse por virtualização. Com 2,5 mil agências espalhadas pelo Brasil, a instituição financeira tinha servidores em todas essas unidades, além de pessoas responsáveis por sua manutenção. Um plano de virtualização permitiu concentrar todas as tarefas em 250 servidores espalhados no Brasil por 17 data centers. E há ainda a possibilidade de se concentrar mais. A virtualização permite colocar para rodar tarefas feitas por muitos servidores ou hardware de storage em uma única máquina. O conceito significa gerenciar a infra-estrutura não como ela existe fisicamente, mas fazer com que cada máquina atue de forma múltipla, como se fossem várias, por meio de um software que "virtualiza" a capacidade de processamento e armazenagem existente originalmente. Isso só é possível porque, com a quantidade de investimentos em TI feita nos últimos anos, as empresas ficaram com uma capacidade excedente, que nunca será aproveitada. "Mas para manter um serviço que usa apenas 5% da capacidade de um servidor, a empresa precisa mantê-lo ligado, consumindo energia, necessidade de refrigeração, de espaço e de manutenção", afirma o vice-presidente de produtos para servidores da empresa de software VMWare, Karthik Rau. Estudo feito pela VMWare no Estados Unidos estimou que as empresas desperdiçam cerca de US$ 100 mil em energia e resfriamento para seus servidores a cada ano. US$ 15 bilhões previstos Segundo a IDC, o investimento mundial em máquinas virtuais deve chegar a US$ 15 bilhões em 2009. Apesar de ser uma tecnologia bastante recente, ela impressiona por ter saído rapidamente do discurso dos fabricantes, virado interesse por parte dos executivos, até chegar a se tornar prática nas empresas em tão pouco tempo, afirma o diretor de marketing da Sun Microsystems, André Echeverria. "E o interesse não se limita apenas às grandes empresas", diz o executivo. Uma das companhias com participação crescente nesse mercado, a VMWare entrou no segmento apenas em 2001, e dois anos depois já foi comprada pela maior do segmento de máquinas de armazenamento de dados, a EMC. No entanto, ela mantém operações próprias, para continuar vendendo seus software compatíveis com máquinas da rival de sua controladora, como a IBM, Dell e a Sun. Entre seu clientes no Brasil, estão a Telemar, Vivo, White Martins, Rhodia e Petrobras. As próprias fabricantes de hardware têm estimulado projetos, mesmo que eles signifiquem dar aos clientes a capacidade de evitar comprar mais equipamentos desnecessariamente. Se elas perdem em aquisições futuras, podem ganhar em serviços e software. A VMWare faturou US$ 189 milhões no último ano, mas em torno de suas vendas de software, a empresa estima que é movimentado US$ 1 bilhão em serviços, diz Rau, executivo da companhia. Volume que acaba entrando no faturamento dos parceiros e consultores especializados em hardware.kicker: O investimento mundial em máquinas virtuais deve chegar a US$ 15 bilhões em 2009, de acordo com a empresa de consultoria IDC.Data: 03/01/2007
Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Carlos Eduardo Valim)
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