Atrás de custos menores para ter maior competitividade, a NTC Moldes e Plásticos está buscando na China a possibilidade de aumentar a produção. A empresa de Caxias do Sul, na serra gaúcha, licenciou seis fábricas na região de Shenzhen e está fechando contrato com mais duas nas próximas semanas para ampliar a produção de moldes, voltados principalmente para a indústria automobilística e algumas peças para eletrodomésticos. Com isso, a NTC acredita que dobrará a receita com moldes este ano.

A empresa teve em 2006 uma receita de R$ 25 milhões, metade da divisão de moldes. Em 2007 a projeção é agregar pelo menos mais R$ 10 milhões com a produção chinesa. "Ano passado fizemos 19 moldes na China e este ano, apenas no primeiro quadrimestre, 39", disse o gerente comercial e de produtos da empresa, Geraldo Pilot, explicando que o custo de produção na Ásia acaba sendo 25% menor em relação ao da matriz, em Caxias do Sul (RS). Com maior competitividade, a NTC espera ganhar mercado principalmente em São Paulo, onde se concentra a maior parte das montadoras brasileiras. Com o crescimento da indústria automobilística, Pilot prevê que "os próximos dois anos serão muito prósperos".

A segurança do negócio na China, acrescenta Pilot, também se explica pelo fato de o proprietário da empresa, ex-sócio do grupo Avipal, ser chinês. Apesar de a produção ser transferida para a China, toda a parte de engenharia segue em Caxias do Sul, onde a NTC continuará produzindo moldes de menor porte. Pilot disse não temer o possível questionamento de alguns clientes temerosos de estarem adquirindo um produto fabricado em um país onde as condições de trabalho são controversas. Segundo ele, a produção chinesa da NTC, por ser mais barata, já viabilizou a permanência de uma fábrica de eletrodomésticos no Brasil, que poderia ser transferida em função de custos. Pilot admite que grande parte do segredo dos custos menores na China está na mão-de-obra.

Mas a holding Luiz Participações, que engloba a NTC, também está investindo no País. Estão sendo aplicados R$ 24 milhões na construção de duas fábricas em Aparecida do Taboado (MS). Uma das unidades é da NTC e outra é a Plastrela, que produz embalagens plásticas flexíveis. A terceira empresa é a incorporadora Evergreen. As unidades do Mato Grosso do Sul, que começam a operar em agosto, também têm o objetivo de diminuir custos logísticos para o acesso ao mercado do Sudeste. A fábrica da Plastrela produzirá embalagens flexíveis para os setores alimentício, higiene e bebidas. A unidade da NTC será voltada a pára-choques e outras peças automotivas e a utensílios domésticos.