Lhasa, 1º abr (Xinhua) -- Um menino que foi atacado pela multidão durante os distúrbios em Lhasa, em 14 de março, criticou uma reportagem de meios ocidentais que publicaram uma fotografia que o indica como "desordeiro" que era levado pela polícia, quando na realidade o garoto estava sendo resgatado pela polícia chinesa.

Luo Jie, de 14 anos, recordou que ia de bicicleta por uma rua perto do Templo Ramoque levando seu cachorro de estimação à tarde de 14 de março, quando viu um grupo de desordeiros que destruíam lojas ao lado da rua.

"Estava assustado e decidi voltar rápido para casa", disse o menino. "Mas, de repente, uma pedra me atacou na cabeça. Logo, cerca de cinco jovens --não sei de onde saíram-- me tiraram da bicicleta e começaram a me golpear com pedras, paus e punhos", mencionou.

"Tentei várias vezes me levantar e fugir, mas caí no chão uma e outra vez. Acreditei que estava quase morrendo", disse à Xinhua.

"Repentinamente, senti que alguém me tomava pelos braços, me ajudou a me levantar e a escapar cambalentemente. Esforçei-me para abrir meus olhos cheios de sangue e consegui ver quatro policiais".

"Não deixaram de correr apesar de serem atacados por tantas pedras. Finalmente, me escoltaram até chegar a uma ambulância", disse Luo. Um de seus dentes da frente foi quebrado no ataque.

A reportagem distorcida com a fotografia de Luo apareceu no site do Berliner Morgenpost, ou Berlin Morning Post, em 18 de março. O caso provocou indignação pública na China e no exterior.

O menino veio a Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibet, há quatro anos com seus pais desde Zigong, região localizada na província de Sichuan, vizinha ao Tibet. Seus pais operam um posto de jornais.

"Ele está se recuperando gradualmente depois do tratamento médico. A mãe e eu ficamos mais calmos agora", disse Luo Xuping, pai do menino.

"Nestes dias nos disseram que alguém tirou uma foto da cena na qual a polícia resgatava meu filho. Mas o que me zangou é que um site estrangeiro reportou que a polícia estava capturando um insurreto tibetano", disse senhor Luo.

"Meu filho foi salvo pela polícia, no entanto eles se equivocaram e o assunto foi utilizado como 'exemplo negativo' por alguns meios de comunicação", disse Luo, destacando que "isso é injusto".