A China anunciou ontem a inclusão de nove países, entre eles Equador e Bolívia, em sua lista de alvos prioritários para investimentos nos setores de gás e petróleo. Além dos dois sul-americanos estão na lista Kuait, Qatar, Omã, Marrocos, Líbia, Níger e Noruega.
As empresas chinesas de energia receberão isenção fiscal de Pequim e outros benefícios para investirem nesses países, disse a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o principal órgão de planejamento econômico do país comunista.
O anúncio amplia uma lista divulgada em 2004 e em 2005 que incluía mais de 20 países nos quais as companhias chinesas ganham estímulos estatais para investir. A maioria deles não é de grandes produtores de petróleo.
"O catálogo é feito para encorajar ainda mais e para orientar as companhias nacionais a investirem no exterior", afirmou a comissão, sem dar mais detalhes sobre a seleção dos novos países.
Detectados pelo radar chinês, Bolívia e Equador mantêm um relação conturbada com o Brasil no setor energético. No ano passado, o governo boliviano anunciou a nacionalização dos hidrocarbonetos e acabou impondo uma nova fórmula de cálculo, obrigando Brasil a pagar mais pela importação do gás. No caso do Equador, o novo presidente, Rafael Correa, disse em fevereiro que poderá anular os contratos com petrolíferas estrangeiras que atuam no país - inclusive da Petrobras - caso se comprove alguma irregularidade na exploração. A Petrobras já explora um campo país, mas enfrenta críticas e resistências por desenvolver uma segunda área numa região de proteção ambiental.
A China National Petroleum e a China Petrochemical estão entre as empresas que vêm esquadrinhando o mundo em busca de reservas de gás e petróleo para abastecer a crescente demanda chinesa.
A demanda de petróleo do país pode aumentar 6,1%, chegando já este ano a 7,56 milhões de barris por dia, segundo previsão da Agência Internacional de Energia.
Em 2006, as três maiores companhias de petróleo extraíram 29% de petróleo a mais de campos do exterior, segundo a Associação da Indústria Química e do Petróleo da China. A China National Petroleum, a China Petrochemical e a China National Offshore Oil produziram 35 milhões de toneladas métricas de petróleo em campos no exterior em 2006, ou 18% do total de 200 milhões de toneladas.
Em outubro, a China International Trust & Investment, empresa de investimento do governo, anunciou que pagará US$ 1,9 bilhão pela compra de ativos em petróleo da canadense Nations Energy no Cazaquistão. Esse é o último lance de uma disputa com a Índia por petróleo depois que a China National Petroleum comprou a PetroKazakhstan por US$ 4,2 bilhões em 2005.Data: 15/03/2007