GAZETA DO BRASIL
Belo Horizonte, 31 de Outubro de 2006 -
Inconformados com a concorrência dos produtos chineses, que consideram desleal e predatória, empresários de mais dois setores industriais, o óptico e o de refratários, tentam junto aos governos federal e estadual a aprovação de uma série de medidas, que incluem a redução de seus tributos e o aumento da fiscalização e da taxação de produtos que entram no Brasil. Os óculos, por exemplo, segundo o presidentedo Sindicato do Comércio Óptico de Minas Gerais, Paulo Cançado Gonçalves, chegam ao País custando U$$ 0, 80 o quilo, valor 90% menor que o dos óculos produzidos aqui.
Os representantes foram ouvidos pela Comissão Especial Contra a Invasão de Produtos Chineses da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que já tinha se encontrando com empresários da indústria têxtil no começo do mês. Após a reunião, ficou definido que a comissão, que ainda se encontra com representantes dos setores de máquinas pesadas, brinquedos e calçados, até o dia 20 de novembro, irá encerrar seu relatório e encaminhá-lo as autoridades federais e estaduais.
"A intenção équeo relatório chegue até ao presidente Lula", afirma o presidente da comissão, o deputado estadual Dalmo Ribeiro Silva ( PSDB) . Para o deputado, uma das alternativas do governo federal será elevar suas alíquotas de importação para que os produtos cheguem de forma mais competitiva. Já ao governo estadual caberia uma fiscalização mais rigorosa de suas divisas etambém uma compensação no do ICMS.
Para o deputado mineiro, não é novidade nenhuma que vários setores da indústria nacional estejam falindo com esta invasão chinesa. "Não tem como competir com a China, suas práticas comerciais predatórias e sua mão-de-obra tão barata", argumenta.
No setor óptico, de acordo com Gonçalves, 80% dos óculos comercializados no Brasil não foram fabricados aqui. "Enquanto foram importados 45 milhões deunidades de óculos de sol, a industria nacional produziu apenas 2 milhões", conta Gonçalves. Ele lembra queo País já chegou a ter 300 fábricas dearmação e hoje possui apenas 35.
Uma outra reivindicação do setor é que se cumpra com maior vigor a Lei 15. 177, de 2004, que permite a comercialização de produtos ópticos apenas em estabelecimentos credenciados. "É uma questão de saúde visual. Épreciso quehaja maior fiscalização da vigilância sanitária para combater a pirataria", comenta o vice-presidente do Conselho de Óptica e Optometria de Minas Gerais,Geraldo do Espírito Santo.Data: 15/03/2007