São Paulo, 4 de Janeiro de 2007 - Consultorias verificam aumento dos contratos de até 300% para manter prevenção. As fraudes corporativas aumentam a cada ano e, conseqüentemente, cresce também o número de executivos que perdem seus cargos por envolvimento em fraudes. Diante desta preocupação, o mercado de combate às fraudes - a fiscalização e prevenção - tem apresentado bastante crescimento dentro das empresas de auditoria. O presidente da Boucinhas & Campos + Soteconti, José Fernando Boucinhas, revela que nos últimos cinco anos houve um crescimento expressivo nessa área dentro da empresa. "Estamos falando de uma base pequena, mas em 2005 houve um crescimento superior a 300%. E nos próximos dois anos será bastante expressivo", diz o presidente da empresa de consultoria. A diretora da área de Forensic da KPMG, Márcia Klinke, afirma que para evitar fraudes a supervisão deve ser efetiva. "As diversas medidas de controle são fundamentais", diz Márcia Klinke. "As empresas devem ter sistemas de controle para identificar e graduar os riscos. E esse sistema está dividido em três pilares: prevenção, monitoração e investigação", afirma. Para ela, além da fiscalização, as empresas devem ter um manual de ética com deveres dos funcionário, um canal que assegure confidencialidade para comunicar eventuais fraudes e medidas disciplinares rígidas. No Brasil ainda não há estatísticas quanto ao números de fraudes, mas, apenas para se ter uma idéia, nos Estados Unidos 1,347 mil executivos abandonaram os seus cargos no ano passado. Em 2005, foram 1,322 mil diretores que deixaram suas funções por envolvimento em fraudes. De acordo com especialistas, as empresas brasileiras, preocupadas com o aumento das fraudes, estão desenvolvendo mecanismos de fiscalização para reduzir o número de fraudes nas corporações. A prevenção, dizem os especialistas, é o melhor remédio. Porém, uma legislação mais rígida que puna de fato o fraudador também ajudaria a evitar o crime. Informações privilegiadas O advogado Marcio Tadeu Nunes, do escritório Veirano Advogados, explica que no Brasil a pena máxima para pessoas que manipulam as informações da empresa em benefício próprio é de, no máximo, quatro anos de prisão. Nos Estados Unidos a pena pode chegar a 20 anos de cadeia. Para ele, mais importante do que a pena de reclusão é que haja uma multa econômica exemplar. O uso de informações privilegiadas em benefício próprio é um dos maiores temores das empresas. Nos escritórios de advocacia, por exemplo, são usados codinomes para evitar o vazamento de informações privilegiadas. "Usamos nomes que nada tenham a ver com o cliente", explica o advogado Sérgio Bruno, do escritório Lefosse Advogados. De acordo com o advogado Eduardo Teixeira da Silva, também do Lefosse, em negócios em que as informações são confidenciais, apenas os advogados envolvidos na operação ficam sabendo. kicker: O uso de informações privilegiadas em benefício próprio é um dos temores das empresas. A prevenção é o melhor remédioData: 05/01/2007
Fonte: (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 7)(Gilmara Santos)
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