SÃO PAULO - A reprodução de ambientes e elementos reais dentro do mundo virtual do Second Life (SL) é comum. Mas, dessa vez, um pedaço do chamado metaverso saiu das telas de computador para ocupar, na vida real, uma rua inteira da cidade de Linz, na Áustria.
Durante a primeira semana de setembro, o Ars Electronica Festival transformou uma rua pouco movimentada da área central da cidade na instalação Second City. O objetivo dos organizadores era explorar a sensação de cidade virtual que as lojas vazias causam nos pedestres e transformar, de fato, o lugar em um pedaço do Second Life no mundo real.
Para isso, as vitrines das lojas foram decoradas com painéis que reproduziam vitrines de lojas existentes apenas no jogo. No Second Life, por causa da forma de criação de objetos, produtos são vendidos dentro de caixas, e não expostos individualmente em vitrines.
Entre as escolhidas pelos organizadores havia uma brasileira, a loja de "skins" Soul Skins, da produtora 3D Studio Grafics. "Skins" são as "peles" dos usuários, com tonalidade e realismo mais ou menos parecidos com os reais.
A organização da Second City buscou no SL o trabalho de produtores e designers de todo o mundo. "Só soubemos da escolha quando vimos na internet uma foto da vitrine decorada com as nossas imagens", diz Jean Liberato, gerente da produtora.
Com o tema "Adeus, privacidade", o Ars Electronica discutiu como tudo se torna público e nada mais pode ser considerado privado. "Espaços urbanos e sua infra-estrutura servem não só de cenário, mas como um formato de mídia que, misturado a intervenções artísticas, se tornam mensagem", afirma Gerfried Stocker, diretor artístico da mostra, no site oficial do evento.
Data: 08/10/2007