Os portugueses continuam activos em Second Life, reinventando sonhos, quebrando barreiras e divertindo-se. Descobertas numa ronda ao luso chão, algum agora feito a partir de mapas.
Espreitar o que os portugueses fazem em Second Life pode revelar que muitos são os que procuram fazer algo diferente dos modelos comprados em saldos. Na Universidade do Porto continua-se a encher as sandboxes de criação do futuro espaço virtual da instituição com as mais estranhas propostas, num mostruário que demora algum tempo a percorrer mas - e vale a pena a visita - traça as ideias das equipas participantes.
O estaleiro prometido por Paulo Frias, o professor responsável pela "manifestação" está em alvoroço, mas isso não consegue afastar as andorinhas postadas em fios, que mesmo com o Inverno aí na vida real, não parecem decididas a abandonar o Portugal virtual. Bem, o frio também não aperta em Second Life, é bem verdade.
100Limite
Talvez por isso mesmo se acaba por pensar em desportos náuticos, aventuras submarinas e coisas assim. Boa desculpa para o segundo passo da visita a terras da Linden Lab, que nos leva para espreitar o novo espaço do 100Limite, projecto do grupo GETA que estava integrado no "sim" Portucalis mas agora mudou para espaço próprio, todo ele dedicado a actividades de lazer, algumas virtualmente radicais.
Enquanto "O Caneco", bar ponto de encontro do Portucalis continua a ser lugar de passagem obrigatória para a cavaqueira, os adeptos das modalidades já presentes ali podem rumar ao 100Limite onde os esperam momentos cheios de adrenalina. A casa na árvore de Ana Lutetia, a nossa mais internacional modelo virtual, e as outras construções reveladoras de um bom gosto, que infelizmente falta em alguns espaços demasiado urbanos e caóticos de SL, traçam os eixos de um lugar onde o limite passa a ser a imaginação de cada um.
O mapa de Portugal
Ir além do que se imagina possível é também a proposta da Utopia Portugal, que reúne um grupo de 25 "sims" numa esquina do mundo virtual de Second Life. Ali experimenta-se algo que poucos ousam fazer: transpor as coordenadas geográficas dos lugares reais para a tessitura de SL.
Isso permitiu criar o vale do Douro e a baía de Lisboa, com base em mapas orográficos reais. A informação tem, claro, de ser devidamente condensada para caber nas limitações de SL, mas o resultado é diferente, por criar contornos nem sempre presentes nas paisagens do mundo virtual.
O departamento da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) que respira mundos virtuais, já assentou uma placa nas margens do Douro virtual, sinalizando a sua intenção de assentar arraiais por ali. Os mentores do projecto esperam conduzir outras instituições de ensino para aquela "utopia", que pretende reunir projectos portugueses válidos numa mesma zona de Second Life.
Curtas do Second Life
Motorola paga educação
A Fundação da Motorola atribuiu um fundo de 3.5 milhões de dólares a um grupo nova-iorquino, Global Kids, que promove a educação de jovens de zonas urbanas. O fundo destina-se ao desenvolvimento de um projecto de ensino através de Second Life em áreas como a ciência, tecnologia e programação.
Jovem rouba mobília virtual
Um jovem holandês foi acusado de roubar quatro mil euros de... mobília virtual no mundo Habbo Hotel. A polícia interrogou ainda quatro outros jovens habitantes do mundo virtual, aparentemente por terem transferido o mobiliário para os seus quartos... virtuais. Tudo indica que o roubo não tinha qualquer fito comercial. Os jovens queriam aquelas peças para uso próprio.
A Geração V vem aí
Segundo a Gartner, empresa de consultoria com amplo trabalho na área dos mundos virtuais, a Geração V, que prefere receber toda a sua informação através de meios digitais, vai provocar uma mudança nos hábitos da sociedade. Os jovens dessa geração consideram que nos mundos virtuais e jogos online a motivação e esforço são mais importantes do que a classe social ou o sexo das pessoas. Pacatos cidadãos que se tornam em líderes de guerreiros ferozes em jogos como Lord of the Rings sugerem a verdade da afirmação. E uma razão para passar mais tempo online do que na vida real.
Espanhóis virtuais
A empresa espanhola de telecomunicações móveis LaNetro Zed anunciou a criação de um mundo virtual para PC, ZedCity. O universo permite aos jogadores movimentarem-se num espaço 3D, fazerem amigos, colocarem as suas criações no espaço social. E, fazendo justiça à origem da LaNetro nos telemóveis permite usar o dito para saber se os amigos estão online, ou enviar alguns dos conteúdos do mundo virtual para o aparelho.
Data: 21/11/2007