De cada 100 profissionais americanos, 60 ocuparam-se de alguma forma de trabalho virtual no ano passado, segunda estimativa divulgada pela Harvard Business School. Entre elas estão desde videoconferências até comunidades de treinamento e aprendizado por meio da internet. A IBM emprega, por exemplo, uma ilha virtual no Second Life para realizar reuniões entre funcionários (melhor dizendo, entre os avatares dos funcionários, mas tudo bem). Contudo, as consultoras Karen Boda e Rebecca Hinkle, fundadoras da Twinstar Consulting, descobriram que as regras de etiqueta que regem a vida corporativa ao vivo precisam ser adaptadas ao ambiente onde as pessoas não estão face a face. Principalmente as que regem as reuniões. Do trabalho da dupla, extraímos seis dicas de etiqueta virtual:
1) Seja interativo. Reuniões virtuais tendem a "travar" por causa do distanciamento humano. Antes do seu início, cumprimente todos os presentes. Reserve um tempinho para que possam quebrar o gelo numa conversa informal. E deixe o celular desligado. Ele incomoda mais numa web conferência do que ao vivo, acredite. Karen e Rebecca, ex-diretoras executivas da Hewlett-Packard, falam de experiência própria.
2) Use a tecnologia a favor. Uma empresa cliente das autoras reduziu em 90% o tempo de tomada de decisões em reuniões virtuais depois que começou a usar ferramentas banais da web: quadro-negro virtual para anotação de idéias, placar eletrônico para votação anônima de sugestões e web câmeras, para que todos pudessem se ver. Dica importante: teste os equipamentos antes do início da reunião.
3) Não ao discurso. Se você quiser simplesmente comunicar algo à equipe, é melhor usar o e-mail ou um webcast. Não convoque uma reunião. Se nos encontros ao vivo o monólogo é monótono, pela rede é um convite ao sono.
4) Não interprete o silêncio. Como saber se o silêncio ao final de uma apresentação de idéias é sinal de concordância, discordância ou falta de motivação? Ao vivo, é possível identificar a natureza do silêncio pelas reações corporais e faciais. Num meio virtual, não arrisque. Em caso de dúvida, o melhor é fazer uma votação anônima, para ter certeza sobre a opinião da equipe.
5) Não isole ninguém. Imagine a situação: o pessoal da matriz em São Paulo está todo reunido numa sala para uma web conferência com representantes das filiais de Goiânia e Curitiba, sozinhos em seus escritórios. Na reunião, os paulistanos levam vantagem. Afinal, podem contar com interlocutores. Estabeleça a política: se alguém está sozinho numa reunião virtual, todos devem estar sozinhos também.
6) E-mail, não! E-mails e mensagens instantâneas são tão desagradáveis para o andamento da reunião virtual quanto conversinhas e cochichos numa reunião ao vivo. Proíba-os terminantemente.
Data: 04/05/2008