A PF (Polícia Federal) prendeu hoje de manhã em Osasco um empresário de 32 anos que transmitiu ao vivo por uma web cam conectada ao messenger abuso sexual que praticou contra a filha, então com 9 anos.
O MPF (Ministério Público Federal) e a PF investigavam o caso desde 2004 e a procuradora da República Adriana Scordamaglia denunciou o acusado pelos crimes de atentado violento ao pudor e pedofilia online (divulgação de pornografia infantil na internet) e pediu sua prisão preventiva, deferida pela 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
O caso foi solucionado graças à colaboração da Microsoft, que forneceu os dados cadastrais do usuário do e-mail MSN, IPs e horários da conexão, que permitiram ao Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos do MPF em São Paulo solicitar à Telefônica o nome e o endereço do titular da linha a partir da qual foram realizados os acessos à internet.
Diferentemente da Google, que não tem colaborado no fornecimento de dados cadastrais de donos de comunidades e perfis criminosos no Orkut (exceto por ordem judicial), a Microsoft colabora com o MPF.
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Federal por meio de denúncia anônima, contendo a gravação da transmissão e inquérito foi aberto em São Paulo para apurar o caso. Após o fornecimento dos dados pela Microsoft e pela Telefônica, foram iniciadas diligências em Osasco, onde foi descoberto que o empresário usava a linha de um vizinho para usar a conexão de banda larga usada para a transmissão.
Policiais da Delegacia de Combate a Crimes Cibernéticos (Delinst) realizaram eficientes diligências em Osasco, no imóvel onde vive o acusado e a família e coletaram várias evidências, todas já periciadas.
Foram encontrados pela PF na casa do acusado a mesma mesa que aparece na transmissão e as roupas usadas por ele e pela criança no dia do crime. A ex-mulher do acusado, mãe da vítima, confirmou que o acusado já possuía web cam em 2004 e que é profundo conhecedor de informática e possui empresa na área. Na sede da firma, policiais apreenderam o laptop do acusado, que continha diversas imagens de pornografia infantil que indicam que ele usou o mesmo e-mail para enviar essas imagens pela internet.
Interrogado, o acusado, por sua vez, admitiu que a roupa e a mesa apreendidas eram suas, bem como é usuário do e-mail pelo qual ocorreu a transmissão e que costumava frequentar chats, nos quais fazia "sexo virtual" e que já havia mostrado uma vez suas duas filhas pela web cam, porém ele afirma, que sem intenção libidinosa.
Se condenado pelos dois crimes, o empresário pode pegar de 9 anos e meio a 17 anos e meio de prisão. Ele encontra-se detido nesse momento em prisão do sistema estadual.Data: 22/08/2007
Fonte: Última Instância
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