A Interpol (Polícia Internacional) deverá fazer operações para prender brasileiros foragidos no exterior. A informação consta no site Capitanbado que reproduziu a notícia da revista Istoé que traz a matéria sobre a determinação dada aos 186 países, que têm escritórios da Interpol. A ordem teria partido da sede que fica em Lyon, na França.
A unidade brasileira é considerada uma das mais eficientes e que mais prende fugitivos internacionais. A pedido da sede, o escritório de Brasília (DF) traduz para o inglês um manual com técnicas de investigação de foragidos, que será distribuído aos países- membros. Mesmo assim, o novo chefe da Interpol no Brasil, delegado Jorge Pontes, não está satisfeito, diz a reportagem.
Além de buscar foragidos da Justiça, a Interpol ajuda as polícias dos países a investigar terrorismo, tráfico de seres humanos, corrupção, tráfico de drogas e crimes financeiros.
Operações
Este ano, a Interpol no Brasil fez operações internacionais conjuntas com os escritórios da Suíça e de Israel. Nestas duas operações foram presas 50 pessoas envolvidas com uma rede de pedofilia. Em outra operação foi presa uma quadrilha internacional de contrabando de partes de recifes de coral, utilizadas na ornamentação aquática. A Interpol pretende apertar o cerco a estrangeiros que tenham cometido crimes no Brasil, mas retornaram ao país de origem.
Brasil
No front nacional, a grande novidade é a adoção do já citado sistema que permite localizar os criminosos estrangeiros assim que fizerem a reserva de hotel. O governo federal vai procurar as associações ligadas à hotelaria para negociar a instalação. Os hotéis terão link com a base de dados de procurados da Interpol. Se um nome constante no registro do hotel aparecer na Difusão Vermelha, será emitida, imediatamente, uma mensagem de prisão na tela do computador dos atendentes.
Outra iniciativa da Interpol é incentivar a mudança da legislação para tornar automática a prisão de criminosos incluídos na Difusão Vermelha. Projeto de lei neste sentido tramita no Senado.
Atualmente, cinco grandes criminosos internacionais estão sendo monitorados pela Interpol no Brasil. A legislação brasileira não permite que a ordem de prisão que consta na Difusão Vermelha tenha validade.
Vários países, como Argentina e Colômbia, prendem o bandido somente por constar na Difusão. Aqui, mesmo que o nome do criminoso internacional esteja na lista da Interpol, é necessário um mandado de prisão expedido pelo STF. “A prisão será imediata assim que o projeto virar lei”, diz o senador Magno Malta, presidente da CPI da Pedofilia.
“A difusão servirá para decretar a prisão”. Se o projeto for aprovado, bastará uma mensagem pelo sistema Interpol I-24/7 (que significa Interpol 24 horas por dia, sete dias por semana) para a prisão imediata do procurado.
Estão na Difusão Vermelha o iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI, empresa ex-parceira do Corínthians, e o russo Boris Berezovsky, um dos principais investidores da empresa. São acusados de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro.
Data: 04/05/2008