Todos os crimes praticados pela internet – como o desvio de dinheiro de contas bancárias por hackers – deixam vestígio e, por isso, podem ser rastreados, disse o delegado do setor de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, Cristiano Sampaio, em entrevista a Paulo Henrique Amorim, nesta quarta-feira, dia 13 (clique aqui para ouvir). “Não existe anonimato na internet. Cada link, cada acesso, cada login, gera um registro. Você tem como identificar, você tem como rastrear”, explicou Cristiano.
Na terça-feira, a PF prendeu 58 pessoas em quatro Estados e no Distrito Federal acusadas de invadir contas bancárias de internautas para roubar dinheiro. Para se prevenir, o delegado aconselhou os internautas a não acessar suas contas de computadores desconhecidos, públicos – como os de lan houses – e a ter sempre cuidado em não abrir e-mails desconhecidos – como propagandas – e baixar o arquivo Cavalo de Tróia, que captura dados bancários do usuário.
Leia os principais pontos da entrevista com o delegado Cristiano Sampaio:
A quadrilha presa na terça-feira foi desarticulada. Entre os presos há pelo menos oito programadores, que são aqueles que mais dominam o conhecimento de informática e têm o poder de difundir essas informações. A quadrilha era baseada em Goiás, mas dava golpes em vários Estados.
Esse tipo de crime é muito rentável. Dados dos bancos mostram que o prejuízo do setor é de R$ 30 milhões por mês.
Cada preso fraudava diversas contas. O valor desviado poderá ser aferido após as análises da perícia nos computadores apreendidos. O delegado adiantou que o valor é muito grande.
A maioria dos criminosos foi presa com dinheiro vivo. Vários estavam com valores entre R$ 1 mil e R$ 3 mil em cash no momento da prisão.
O delegado Cristiano Sampaio participou das operações Cavalo de Tróia I e II e da Pégasus, que também desarticularam quadrilhas que roubavam contas de internautas.