As ameaças pela internet estão mais focadas em bancos e usuários com computadores mais vulneráveis nos últimos seis meses. O segmento financeiro, que foi alvo de 4% dos ataques desferidos mundialmente no segundo semestre de 2005 — por meio de códigos maliciosos e tentativas de roubo de informações —, passou a estar na mira de 14% deles. O crescimento foi apontado pelo relatório de ameaças à segurança da internet, que a americana Symantec divulga semestralmente a partir das informações coletadas em todo o mundo por seus sete centros do grupo de monitoramento da web (um deles localizado no Brasil).
O principal motivo para a expansão no setor de finanças é que nove de cada dez ataques por phishing, sites falsos que fingem ser de uma empresa ou instituição conhecidos para roubar informações dos usuários, estão relacionados a bancos. O hacker cria uma página parecida a de um banco, por exemplo, em que o usuário entra e acaba tendo seu computador monitorado, em busca de senhas e números de contas correntes. E, muitas vezes, o banco acaba perdendo com os desfalques de seus clientes. Segundo Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em 2005 as instituições financeiras brasileiras sofreram perdas com fraudes por canais eletrônicos um total de R$ 300 milhões. Os ataques de phishing, como um todo, subiram de 86 mil para 157 mil, 81% de um semestre a outro. São 856 ataques diferentes desferidos por dia, resultando numa média de 7,19 milhões de usuários no alvo diariamente. Segundo o diretor de engenharia de sistemas para a América Latina e Caribe da Symantec, Douglas Wallace, outro reflexo da busca por ganhos junto aos bancos foi a interceptação do TCP, protocolo da internet responsável pela comunicação dos computadores com os aplicativos espalhados na rede, subir para a segunda posição entre os ataques mais comuns.
Por meio dessa técnica, da qual o phishing e o controle remoto de computadores alheios fazem parte, o hacker descobre informações importantes, como senhas. Há um ano, essa era a apenas a nona forma mais utilizada, e há seis meses, a sexta. O usuário doméstico continua sendo o mais buscado por ataques, as caindo de 93% para 86% dentre os alvos que recebem o total dos ataques. Eles são a maior parte do destino, por hoje fazerem transações eletrônicas, normalmente estarem menos protegidos e terem menos cultura de segurança da informação que as empresas. |