O Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 18,6 bilhões por ano, em impostos, com a pirataria de produtos em apenas três setores -roupas, tênis e brinquedos. Este valor seria suficiente, por exemplo, para cobrir 45% do déficit da Previdência Social.

Essa e a conclusão de uma pesquisa encomendada pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos (US Chamber of Commerce) e o Conselho Empresarial Brasil Estados Unidos em parceria com a Angardi (Associação Nacional pela Garantia dos Direitos Intelectuais) e realizada com a metodologia Ibope. A pesquisa considera o setor de consumo e será divulgada hoje.

A pesquisa foi feita com os seguintes objetivos: mensurar diretamente, junto à população brasileira, o consumo de falsificações e cópias não registradas; levantar atitudes gerais sobre consumo de produtos "piratas" e temas correlatos; medir o consumo intencional de falsificações e cópias não registradas junto à população do Rio, São Paulo e Belo Horizonte; e estimar volume de unidades, valores médios e valores totais gastos com esse tipo de consumo.

Foram feitas 1.715 entrevistas. Desse total, 602 entrevistas foram realizadas em São Paulo e Rio de Janeiro e 511 em Belo Horizonte. A pirataria e o contrabando, definido como "o crime do século" pela Interpol, é um dos crimes mais lucrativos do mundo e movimenta anualmente entre US$ 500 a US$ 600 bilhões -superando o tráfico de entorpecentes (US$ 360 bilhões).