Mesmo ainda sem escala para gerar grandes lucros, a nota fiscal eletrônica representa um bom negócio para as empresas que estão prestando serviços.
“Hoje, a nota fiscal eletrônica ainda não traz o retorno financeiro imediato, ela não é lucrativa”. A sentença é de Luis Kiatake, diretor executivo da E-Val, empresa brasileira de segurança. De acordo com o diretor, os louros vão chegar quando a escala começar a crescer para as grandes empresas do País. “O cronograma da Secretaria da Fazenda é bem estruturado”, destaca.
Marco Antonio Zanini, diretor regional da empresa de segurança True Acess, divide a mesma opinião. “A nota fiscal eletrônica ainda não é um bom negócio porque falta escala”, defende. Mas as empresas do setor precisam investir agora, senão o mercado muda e os competidores ficam consolidados. Ele acrescenta: “A NF-e é um progresso irreversível e quem estiver preparado primeiro ganha um diferencial”.
Ton Nogueira, diretor de soluções da Neoris, não vê a possibilidade de lucro da NF-e apenas no futuro. Para ele, é possível conseguir bons resultados com a nota fiscal eletrônica mesmo antes da massificação da tecnologia.
“Além da NF-e, a parceria abre a oportunidade de outros negócios. Posso, por exemplo, oferecer um portal para integrar a cadeia de valor do cliente ou atrelar um projeto de BI”, conta. O integrador destaca que, além das outras áreas, a nota fiscal eletrônica também é fundamental para a evolução de outras iniciativas relacionadas com o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).
A nota fiscal eletrônica pode, também, atuar como um multiplicador da certificação digital. O tema, mesmo com as vantagens intrínsecas, continua tendo uma adoção tímida nas corporações. Para Kiatake, a NF-e está desempenhando um papel fundamental na popularização.
Ele ressalta, contudo, que a abrangência da tecnologia está sendo ignorada. “O CDig é mais do que um instrumento de relacionamento com a receita, mas poucos estão vendo isso. É possível usar o certificado para assinar contratos digitalmente e economizar tempo”.
Além de falta de clareza sobre o escopo da tecnologia, as empresas pioneiras na nota fiscal eletrônica não estão vendo, segundo Zanini, os riscos relacionados com o CDig. “Sem proteção, ter um certificado digital é como assinar um papel em branco e deixá-lo à disposição dentro do disco rígido”, relata.
Para ele, os executivos precisam olhar além da compatibilidade do ERP com a solução da NF-e para pensar na proteção do sistema.
Data: 22/05/2007