Companhias investem em soluções para suportar o crescimento da demanda com a obrigatoriedade da nota fiscal eletrônica

A entrada da nota fiscal eletrônica (NF-e) no Brasil tem caminhado. Em passos largos ou lentos? É difícil definir, já que o projeto ainda está no meio de sua rota e a evolução depende de três lados: do projeto piloto da Receita Federal, das empresas que terão de adaptar-se e das companhias fornecedoras da solução. Pelo lado público ainda existem falhas como a falta de sistema em validade jurídica em alguns Estados brasileiros, e do outro, as organizações ainda carecem de informações até sobre os primeiros passos para a implementação do projeto.

A obrigatoriedade da NF-e a partir de 1º de abril deste ano para os setores de combustíveis e fabricantes de cigarros ilustra bem esta realidade. Desta forma, estas organizações contam (e necessitam) com os serviços das empresas de tecnologia, que há cerca de três anos, já vêm se preparando para atender a este novo mercado. Elas possuem em seu portfólio soluções como certificação digital, web services, código XML e outros.

Porém, para chegar a este leque de opções, estas organizações dedicaram tempo e análises. A IBM começou com a iniciativa da nota fiscal eletrônica há dois anos, e no inicio de 2007, criou um comitê para eleger os nomes de seus futuros parceiros. 'Não somos especialistas em NF-e; uma combinação de soluções foi a composição certa', afirma Marcos Paraíso, gerente de soluções da IBM.

Software como serviço
A IBM aliou-se à Matersaf, fabricante de sistemas para aplicações financeiras, e à Synchro, especialista em soluções fiscais, para complementar as suas soluções e assim atuar com duas ofertas diferentes. A primeira é focada em clientes grandes, que têm interesse em adquirir a solução para dentro de sua organização, e a segunda para as médias e pequenas empresas (PMEs) que querem apenas o software como serviço (SaaS). 'Para obter a solução, é necessário possuir um ambiente fiscal e uma tecnologia que permita o seu funcionamento 24 horas por dia', explica Paraíso.

'Nosso objetivo é oferecer 40% de economia para as médias empresas', afirma João Martinez, presidente da Mastersaf. Como estratégia para expandir sua atuação no mercado da NF-e, a companhia focou suas atividades na venda por meio de canais.

A True Access - que atua neste segmento desde a primeira fase do projeto piloto, em 2005 - também foca no canal, tendo como objetivo chegar a 30 revendedores. A companhia desenvolveu todas as soluções necessárias para atender às necessidades dos clientes para a migração das notas fiscais em papel para as eletrônicas, como software, web server, firewall e hardware de segurança, que oferece assinatura XML internamente e impede a invasão do sistema do cliente.

Além disso, a companhia oferece seus serviços mediante aluguel, como estratégia de atender também a organizações de médio porte (de mil a dez mil notas fiscais por mês). Com a crescente demanda deste mercado a True Access, que até o fim do ano passado tinha a meta de conquistar cem clientes neste projeto, atualmente, mira em 10 mil.